quinta-feira, 27 de junho de 2019

Adeus

Os meus olhos partiram
na direção do comboio
do martírio.
Partiram e não voltaram
mais.
Adeus às paisagens.
Adeus à luz.
Adeus às gentes.
A menina que eu fora não ficou.
A adulta que fui também não permaneceu.
Esta não deixou saudades.
Foi como um prato viscoso
e nojento de qualquer coisa de
águas estagnadas e mal cheirosas.
Eu era uma doença.
Mas veio o escuro,
o silêncio,
a solidão.
Adeus.
Sem nostalgia
- a nostalgia é um luxo -,
só com dor.
Até quando?

9 comentários:

_ Gil António _ disse...

Momentos de nostalgia quem os não tem?
.
Desejando um dia feliz
.
** LÁGRIMAS DE AMOR **

Jaime Portela disse...

Um poema nostálgico, mas excelente.
Gostei imenso, os meus aplausos.
Querida amiga, continuação de boa semana.
Beijo.

manuela barroso disse...

Um tão belo poema para tão grande nostalgia !
Um beijo !
PS
A Fundação -.Museu Dioniso Pereira fica em Águeda.

Olinda Melo disse...


Minha querida "Lua Azul"

Quanta emoção ao ler este seu poema!
Tocou-me bem fundo nas minhas emoções,
e fui buscar a ele a parte que me tocará
neste deambular pelos comboios da vida.
O que fomos outrora, o que somos agora e
que nem chegamos a ser verdadeiramente...

É sempre um prazer vir aqui ler as suas palavras
prenhes de alguma rebeldia. E identifico-me
com isso. :)

Beijinhos

Olinda


Acrescenta Um Ponto ao Conto disse...

Queridos leitores amigos,

já está no blog o capítulo 2 de "Variações em Quadrilha", que vos convidamos a ler.
https://contospartilhados.blogspot.com/2019/06/variacoes-em-quadrilha-capitulo-2.html

Com votos de excelente fim-de-semana,
saudações literárias!

Maria Rodrigues disse...

Palavras plenas de dor e de nostalgia, um poema maravilhoso mas tão sentido, que aperta o nosso coração.
Bom domingo
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco

Ailime disse...

Cada momento é como uma partida, que tantas vezes nos traga a existência
Lindíssimo poema.
Beijinhos e uma boa semana.
Ailime

Graça Pires disse...

Tão dorido o seu poema, mas muito belo…
Uma boa semana.
Um beijo.

Teresa Almeida disse...

Um poema que dói. Que o vento as leve e as devolva plenas de vida.

Beijos, amiga.