Os meus olhos partiram
na direção do comboio
do martírio.
Partiram e não voltaram
mais.
Adeus às paisagens.
Adeus à luz.
Adeus às gentes.
A menina que eu fora não ficou.
A adulta que fui também não permaneceu.
Esta não deixou saudades.
Foi como um prato viscoso
e nojento de qualquer coisa de
águas estagnadas e mal cheirosas.
Eu era uma doença.
Mas veio o escuro,
o silêncio,
a solidão.
Adeus.
Sem nostalgia
- a nostalgia é um luxo -,
só com dor.
Até quando?
quinta-feira, 27 de junho de 2019
quinta-feira, 13 de junho de 2019
Irresponsabilidade
Os deuses movem-se no espaço, contemplando alegremente as misérias humanas. Cospem aguaceiros e sujam as mãos a comer sem quaisquer maneiras, mãos que sacodem, projetando as imundícies - os asteróides - no espaço sideral. Emitem ventosidades com estrépito pelo ânus - trovões e raios - e por meio daquelas também acendem as estrelas. Já os planetas, a lua e outras minudências do espaço não se sabe de onde virão... Talvez dos buracos negros, que são as suas bocas horrendas...
Nós, hipnotizados e alienados, não conseguimos vislumbrar esses deuses.
E eu sinto-me uma pata choca não sei porquê.
E "prontos": escarrei um texto!
Nós, hipnotizados e alienados, não conseguimos vislumbrar esses deuses.
E eu sinto-me uma pata choca não sei porquê.
E "prontos": escarrei um texto!
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