Os que se alimentam de poesia gostam de chuchar cada verso até ao tutano. O travo que fica no final é o de variados sabores, consoante o tempero aplicado. Por vezes, pode saber a ilusão doce ou salgada, a uma casa inteira... - "Isto sabe a janela" , alguém disse algures, pela mão de Gabriel Garcia Márquez, mas não a propósito de poesia... -; tenho por mim que saber a uma casa inteira alargará os sentidos.
Banqueteemo-nos de poesia. Para estarmos mais armados, até aos dentes, de sentidos. A poesia existe, mesmo quando não se escreve. É quando, às vezes, tem mais valor: a poesia dos dias. Pode saber mal, essa poesia, mas é, por vezes, aquela que podemos apreciar e que nos cabe transformar.