A história que me contas já não tem perdão,
porque te esqueceste de pousar as aves na janela
e não lhes deste de comer.
Estás sem perdão,
porque as árvores que não podaste sufocaram,
esquecidas de ti e do teu vento bumerangue.
Estás sem perdão,
porque conservaste as pedras apanhadas no areal
para mais tarde recordar.
mas não recolheste conchas da praia.
Estás sem perdão,
porque olvidas o sol e o luar
Ressuscita o arrependimento:
move-te na natureza
como animal livre
e faz o gesto da caçada, mas só por
necessidade.
Então terás as aves
saciadas no peitoril da janela, e o
céu e o mar cobrir-te-ão do seu azul.
E tudo o que era um só sentido
virará dois.
6 comentários:
"A dita deve de ser dura" por aqui, porque deixei um comentário outro dia e ele nem foi aprovado. Será que infringi alguma regra do blog, ou nenhum é aprovado?
A sua poesia é linda. Parabéns pelo talento com as palavras.:)
A natureza como painel de uma pintura sem perdão.
Belo poema
Não
Gostei muito do poema cheio de significado e emoção.
Uma boa semana.
Um beijo.
Obrigada pelo carinho das suas palavras. Sei que gostará do livro todo porque ele está impregnado de preocupações com o planeta que habitamos sem deixar de ser poético. Pode pedir o livro na sua livraria porque eles pedirão à Editora.
Um beijo.
Linda, a tua poesia! Gostei do espaço. Realmente, o importante é criar! Pôr no texto o que há na alma e a condição mais correta de fazer poesia! Parabéns! Grande abraço! Laerte.
Brilhante, como sempre.
Um bom fim de semana.
Beijo.
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