Morro um pouco todos os dias, e é inevitável, mas, hoje, morri de vez, antes da morte definitiva. E agora?
Paira a ameaça de não mais regressar aos colos do tempo onde permaneço, frente aos azuis, enquanto a brisa me lambe a pele e os cabelos. Tudo me parecerá ser menos ainda do que ar.
Ah, o que me permite sorver aos golinhos cada segundo! Mas sem olhar em volta... E agora?
Paira a ameaça de esquecer para sempre como rir, após mutilações várias a um corpo que vive (viverá?), mas faz morrer! Um zénite de negro!
Urge a força para estoirar a apatia pantanosa do não ser, do não fazer! E que força! A força das pombas. A força das margaridas. Mais: a força do que é silvestre!
23/9/2018
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