domingo, 30 de setembro de 2018

Asilo

Vermelhos, amarelos e castanhos
cadentes
juntam-se na terra.
Também tu,
vermelho, amarelo ou castanho
cadente
te amontoas
com outras cores que tais.
És também fruto:
romã, dióspiro, figo, castanha ou maçã,
e queres roer os dias
como costumavas.
Que riscos se desenham ainda nos céus?
Já não tudo.
E ainda a imensidão.
Canta.
Se puderes.
E faz do outono
a tua pedra filosofal - fénix renascida

5 comentários:

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Bom dia, um poema repleto de várias leituras e entendimentos.
Apropriei-me dele para dizer que vi em seus versos as estações
marcadas pela época de cada fruta diferente, pois sabemos que em cada estação
muitas frutas morrem e,em seu lugar outra vem viver,para a nossa alegria.
A magia das palavras.
Muito lindo. Beijos!

Teresa Almeida disse...

No teu poema a doçura de primeiriços tempos outononais. Madurinhos.
Beijinhos.

Jaime Portela disse...

Mais um excelente poema.
Sempre que te leio saio daqui encantado com as tuas palavras.
Querida amiga, um bom fim de semana.
Beijo.

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Bom dia, seu poema me deixa com vontade de fazer vários comentários, pois ele nos dá a chance de muitas interpretações.
Quantas cores, flores ou frutos, estação em decadência , a qual marca
a chegada da primavera com outras cores e outros sabores, enquanto isso outono fica no asilo da vida.
Belíssimo poema! Beijos!

manuela barroso disse...

Se possível, uma pedra filosofal cada dia...
E canta!