A Natureza afasta de si o ócio.
Sons Selvagens
terça-feira, 31 de maio de 2022
quarta-feira, 10 de março de 2021
Parto de palavras II
Prenhes de fim
de início
de meio
Sem terem
para onde ir
Estas palavras
presas
Para quando um real
nascimento?
de início
de meio
Sem terem
para onde ir
Estas palavras
presas
Para quando um real
nascimento?
Nevoeiro...
Lodaçal...
SOS
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
Diapasão
Há pessoas que são
como relógios,
embora gostem
de chapinhar nas poças de água.
Ai, medições...
sexta-feira, 13 de março de 2020
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Parto de palavras
São prenhas
as horas
quando cada minuto conta
e é já tarde
a urgência faz-se
fim
do prazo de validade
e eu grito
de dor
Um começo
Um fim
Palavras
para onde ides?
as horas
quando cada minuto conta
e é já tarde
a urgência faz-se
fim
do prazo de validade
e eu grito
de dor
Um começo
Um fim
Palavras
para onde ides?
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Autofagia
Se
as plantas também
têm sentimentos,
só resta aos vegetarianos
a autofagia.
Eu aplico
a autofagia
em tudo.
E por isso
estou a
definhar.
as plantas também
têm sentimentos,
só resta aos vegetarianos
a autofagia.
Eu aplico
a autofagia
em tudo.
E por isso
estou a
definhar.
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Tratado de chicletes
Posto
chicletes Gorila
(passo a publicidade),
mas, antes, extraio-lhes o açúcar
todo.
São poemas sem alma.
Hoje é tudo adoçantes,
ou zero.
Ora, ora!
Modas!
Como é que vou
tirar as chicletes
daqui?
Só raspando.
São efémeros os poemas,
como as chicletes.
Mastiga e deita fora.
Há para todos os gostos.
Alguns têm recheio.
Mas não são Gorila.
Que eu saiba.
Enquanto dura o sabor,
são boas.
(As chicletes)
chicletes Gorila
(passo a publicidade),
mas, antes, extraio-lhes o açúcar
todo.
São poemas sem alma.
Hoje é tudo adoçantes,
ou zero.
Ora, ora!
Modas!
Como é que vou
tirar as chicletes
daqui?
Só raspando.
São efémeros os poemas,
como as chicletes.
Mastiga e deita fora.
Há para todos os gostos.
Alguns têm recheio.
Mas não são Gorila.
Que eu saiba.
Enquanto dura o sabor,
são boas.
(As chicletes)
quinta-feira, 27 de junho de 2019
Adeus
Os meus olhos partiram
na direção do comboio
do martírio.
Partiram e não voltaram
mais.
Adeus às paisagens.
Adeus à luz.
Adeus às gentes.
A menina que eu fora não ficou.
A adulta que fui também não permaneceu.
Esta não deixou saudades.
Foi como um prato viscoso
e nojento de qualquer coisa de
águas estagnadas e mal cheirosas.
Eu era uma doença.
Mas veio o escuro,
o silêncio,
a solidão.
Adeus.
Sem nostalgia
- a nostalgia é um luxo -,
só com dor.
Até quando?
na direção do comboio
do martírio.
Partiram e não voltaram
mais.
Adeus às paisagens.
Adeus à luz.
Adeus às gentes.
A menina que eu fora não ficou.
A adulta que fui também não permaneceu.
Esta não deixou saudades.
Foi como um prato viscoso
e nojento de qualquer coisa de
águas estagnadas e mal cheirosas.
Eu era uma doença.
Mas veio o escuro,
o silêncio,
a solidão.
Adeus.
Sem nostalgia
- a nostalgia é um luxo -,
só com dor.
Até quando?
quinta-feira, 13 de junho de 2019
Irresponsabilidade
Os deuses movem-se no espaço, contemplando alegremente as misérias humanas. Cospem aguaceiros e sujam as mãos a comer sem quaisquer maneiras, mãos que sacodem, projetando as imundícies - os asteróides - no espaço sideral. Emitem ventosidades com estrépito pelo ânus - trovões e raios - e por meio daquelas também acendem as estrelas. Já os planetas, a lua e outras minudências do espaço não se sabe de onde virão... Talvez dos buracos negros, que são as suas bocas horrendas...
Nós, hipnotizados e alienados, não conseguimos vislumbrar esses deuses.
E eu sinto-me uma pata choca não sei porquê.
E "prontos": escarrei um texto!
Nós, hipnotizados e alienados, não conseguimos vislumbrar esses deuses.
E eu sinto-me uma pata choca não sei porquê.
E "prontos": escarrei um texto!
quarta-feira, 8 de maio de 2019
Namoro
É doce
e quente
essa vereda, no final.
Entretanto, é
um caminho difícil;
uma luta
que se trava entre
a noite e o dia,
o sol e a lua,
a terra e o mar.
Parece inglória.
Mas esclarece,
no fundo.
É intergaláctica.
É doce
e quente, no final.
Mas, antes de ser fruto,
é fogo a consumir;
forno de pão a funcionar.
Amor,
onde moras?
e quente
essa vereda, no final.
Entretanto, é
um caminho difícil;
uma luta
que se trava entre
a noite e o dia,
o sol e a lua,
a terra e o mar.
Parece inglória.
Mas esclarece,
no fundo.
É intergaláctica.
É doce
e quente, no final.
Mas, antes de ser fruto,
é fogo a consumir;
forno de pão a funcionar.
Amor,
onde moras?
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